Alguns países e regiões acabaram se tornando referência no assunto, cada um com seus métodos, características e cultura, o que vai muito além da qualidade das cervejas produzidas. Alguns se destacam e são reconhecidos a ponto de serem considerados Escolas Cervejeiras. Atualmente, existem quatro renomadas Escolas Cervejeiras.
Postada em 17/08/2021 as 10:34
Escola Alemã
Quando nos referimos à Escola Alemã, estamos falando de uma cultura
cervejeira tradicional e milenar, que abrange Alemanha, República Tcheca,
Áustria, Holanda e Polônia.
Essa escola contribuiu com o rigor técnico, cuidado e padronização da
produção de cerveja. Tanto que sua história é marcada por regras e limites para
produção e comercialização, como a famosa Reinheitsgebot de 1516, ou Lei da
Pureza Alemã. Essa regulamentação defendia o uso apenas de cevada, lúpulo e
água na produção de cerveja, rejeitando as bebidas que utilizavam aditivos como
trigo, milho ou ervas.
Tendo a Oktoberfest como maior símbolo de festa cervejeira no mundo, a Escola Alemã é reconhecida por produzir cervejas menos amargas e mais maltadas. Entre elas, estão os estilos Weissbier, Vienna, Dunkel e Pilsner, o estilo mais consumido no mundo.
Escola Britânica
A Escola Britânica é formada pelos países que compõem o Reino Unido
(Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte) e a República da Irlanda.
Apegados às tradições, esse povo tem muito orgulho da sua história
cervejeira. A cultura britânica está muito relacionada à tradição de beber com
os amigos e o consumo nos pubs, favorecendo a produção de cervejas mais
frescas.
Fiel à família das cervejas Ale, a Escola Britânica é reconhecida por fabricar cervejas lupuladas, secas, complexas e aromáticas, mas com menos carbonatação. Alguns dos estilos mais comuns dessa escola são as Pale Ale, Porter, Stout, Barley Wine e as famosas IPAs.
Escola Belga
Considerada o “paraíso das cervejas”, a Bélgica é reconhecida por
quebrar regras e desafiar limites. O país é tão importante para a cultura
cervejeira, que em 2016 a Unesco o nomeou Patrimônio Intangível da Humanidade.
Uma importante característica da Escola Belga é a tradição milenar das
abadias e mosteiros trapistas, fundamentais para o desenvolvimento das técnicas
de produção de cerveja. Hoje, são seis mosteiros trapistas e mais de vinte
abadias produtoras no país.
Essa escola possui grande diversidade de estilos, com destaque para a
criatividade e pelo desenvolvimento da fermentação espontânea. Suas cervejas
costumam ser mais ácidas e complexas, e podem levar ingredientes como coentro,
frutas e outros condimentos. Entre os estilos mais tradicionais estão Witbier,
Dubbel e as peculiares Lambic.
Escola Americana
A Escola
Americana é a mais jovem das Escolas Cervejeiras. Contemporânea, ela surge de
uma releitura das três escolas cervejeiras e que, assim como a escola belga, se
caracteriza por ser eclética e plurivalente.
Atualmente
lidera o maior movimento de “Homebrewers” (cervejeiros caseiros), e conta com
um mercado com grande capacidade técnica e inovadora, que levou os Estados
Unidos a se tornarem o maior produtor de cerveja do mundo.
A Escola Americana produz cervejas amargas, cítricas e extremas. Alguns dos estilos provenientes são as American Lager, Double IPA e American Pale Ale.
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